A Boa Safra (SOJA3) divulgou o balanço do quarto trimestre de 2024 (4T24), porém a queda dos resultados decepcionaram.

A produtora brasileira de sementes de soja teve um trimestre fraco com uma queda de 62,88% no lucro líquido em relação ao mesmo período de 2023, de R$ 215,057 milhões para R$ 80,263 milhões.

Já o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado recuou 7,36%, caindo para R$ 131,4 milhões. Em contraponto, a receita líquida subiu 13,78%, chegando a R$ 957 milhões, devido as vendas de fim de ano.

A companhia encerrou o ano com lucro líquido de R$ 160,51 milhões, também representando uma queda, dessa vez de 53,47% ante o ano anterior. Um reflexo sobre as vendas e rentabilidade, além dos fatores climáticos, mudanças no mix de produtos e maior carga tributária.

Qual motivo da queda da SOJA3?

Segundo a Boa Safra o ano foi muito difícil, já que o agronegócio, incluindo o setor de sementes, contou com diversos desafios.

“Secas no plantio e chuvas intensas na colheita, afetaram diretamente o volume de sementes produzidas. Além disso, a restrição ao crédito agrícola com as oscilações de preços de insumos principalmente fertilizantes e defensivos impactou diretamente a liquidez dos produtores e distribuidoras”, afirma.

No geral as vendas foram de 161 mil sacas industriais de sementes em 2024, foram de menos 4% comparado a 2023. As sacas são utilizadas para comercialização de sementes com grande volume, destinada a produtores rurais. Os impactos também atingiram a participação do mercado que recuou 0,5%, saindo de 8,5% para 8,0%, prejudicando regiões como Mato Grosso, Pará e Goiás.

Mesmo nesse contexto a Boa Safra não recuou, elevando a participação em sementes tratadas com proteção contra pragas e doenças e a diversificação, dobrando a fatia de outras culturas e serviços, saindo de 5% para 10% da receita. Como por exemplo o feijão, com um crescimento de 64% em relação ao ano anterior.

Para esse ano a empresa segue com uma estratégia de expansão, buscando a capacidade de produtiva própria e de terceiros de 280 mil sacas, junto de uma área contratada de 274 mil hectares. “O aprendizado obtido em um ano desafiador como 2024 nos permitiu aprimorar nossos processos e reforçar nosso compromisso com a eficiência operacional”, afirma Marino Colpo, CEO da Boa Safra (SOJA3), ele ainda busca “margens mais saudáveis e um crescimento sustentável no longo prazo”.