Os resultados da Natura (NTCO3) na bolsa de valores nessa sexta-feira (13) não foram bons, ações operam no mínimo historico e empresa atinge maior queda do Ibovespa desse ano.

Após a divulgação do balanço do quarto trimestre de 2024 (4T24), a companhia registrou um prejuízo líquido de R$ 439 milhões, uma redução de 83,5% comparado ao mesmo período do ano anterior.

Por volta das 16h00, os papéis da Natura apresentavam queda de 29,42%, a R$ 9,57, nas mínimas históricas.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ficou negativo em R$ 139,6 milhões. Porém, o que chamou a atenção foi a pressão das margens da vendedora de cosméticos e perfume, tanto pelo lado dos custos quanto das despesas, sendo de -1,8%.

Analistas explicam que a margem bruta mostrou “uma aceleração importante e inesperada para 62,9%” 0,5 ponto percentual menor, consequência de um mix de categorias e alguns esforços promocionais.

Visão dos analistas para a Natura e futura preocupações

O foco agora é ter uma visão mais clara sobre os futuros lucros da Natura em 2025, já que a marca tem um chances de continuar com uma margem bruta mais fraca, margem essa que serve como um indicador de rentabilidade da empresa.

“Eles guiaram muito mal o mercado e não conseguiram clarear as dúvidas que apareceram no call de resultados — É impressionante como quase todo o balanço tem uma surpresa muito negativa”, destaca investidor que estava comprando no papel.

Para os analistas do Banco Safra, os números foram negativos devido ao fato da Natura ter sido atingida por custos de transformação e despesas “não recorrentes” relacionadas à Avon Internacional. “Além disso, o crescimento da Avon da América Latina ficou estável, apesar dos esforços da empresa para promover uma reviravolta na marca”, escreve Vitor Pini, analista da Safra.

Na visão do Goldman Sachs, “a direção também notou um risco de uma desaceleração no mercado de beleza brasileiro no contexto de ventos contrários do macro e volatilidade na América Latina com a implementação da Onda 2 no México e na Argentina”.

A Safra mantém classificação neutra para a NTCO3, com preço-alvo para o papel de R$ 14, uma variação positiva de 3% comparada ao pregão dessa sexta-feira (14).