A B3 (B3SA3) pode ganhar uma concorrente no Brasil. O Mubadala Capital, asset dos Emirados Árabes Unidos, está organizando abertura de uma nova Bolsa de Valores no País para o segundo semestre de 2025. A informação foi publicada inicialmente na coluna do jornalista Lauro Jardim, do O Globo, e posteriormente confirmada pelo Broadcast.
Com a notícia, os papéis B3SA3 fecharam em queda de quase 5%, a R$ 12,18, na sessão de hoje (5). Em suma, segundo o colunista, a nova bolsa “está sendo estruturada para operar em todos os mercados, de ações a derivativos, passando por câmbio”.
Contudo, a ideia é de que o projeto, que ainda depende da aprovação das autoridades reguladoras, seja tocado por Claudio Pracownik, executivo com passagens pela Ágora Investimentos e pela Genial. Atualmente, ele preside a Americas Trading Group (ATG), empresa de tecnologia que viabiliza negociações eletrônicas para o mercado de capitais. Em 2023, o Mubadala Capital concluiu aporte na ATG, assumindo seu controle.
O Banco Central e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) já estão analisando o pedido feito pela ATG para atuar como Bolsa. Vale destacar que a empresa tenta viabilizar a entrada no Brasil há mais de uma década. Em 2013, criou o Americas Trading System Brasil (ATS Brasil), uma associação com a NYSE Euronext, e foi até a CVM com um pedido para operar como Bolsa.
Como essa movimentação de outra bolsa de valores é vista no mercado?
Olhando para o mercado em geral, Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, também ressalta que outros países possuem mais de uma bolsa. Sendo o caso mais “famoso” o dos EUA, com a Nasdaq mais especializada em ações de tecnologia.
“Entendo que isso é bom para as corretoras, para os bancos, que tem mais opções que acabam puxando o preço para baixo de algumas operações. Para o consumidor final também, que acaba pagando menos com essa concorrência maior. Levando em conta que atualmente a B3 tem um monopólio sobre as transações”. Avalia, ponderando que é preciso aguardar os próximos passos e como funcionarão as operações, já que as empresas possuem hoje “toda a cartilha preparada para negociar na B3″. ” O que vai acontecer, qual vai ser a estratégia das companhias, se vai ter migração, se vai ter uma busca por diversos IPOs na outra Bolsa, tudo será respondido aos poucos”. Finalizou.