Mesmo chamando a atenção com seus lucros, os dividendos do Banco do Brasil (BBAS3) não tem impressionado o Itaú BBA.
Em fevereiro desse ano o banco teria anunciado lucro líquido de R$ 9,6 milhões no quarto trimestre de 2024, tendo um avanço de 1,5% em relação a 2023 e de 0,7% ao trimestre passado.
Além disso, as suas ações tiveram uma valorização enorme, com alta de 16%, uma das maiores do setor no último ano, ultrapassando o Itaú (ITUB4) com alta de 6%, Santander (SAMB11) com 7% e Bradesco (BBDC4) que se encontra no zero a zero.
Os analistas do Itaú BBA estimam que esse lucro ficará em R$ 37,9 bilhões ainda esse ano, próximo ao piso da faixa das projeções de desempenhofornecidos pela estatal.
Ainda assim, mesmo com um grande desempenho o BBA sinaliza para os dividendos da instituição, mantendo a recomendação neutra (market perform) para as ações, com preco-alvo de R$ 30 e uma potencial alta de 11%.
“Embora tenhamos uma visão positiva sobre o Banco do Brasil no longo prazo, estamos aguardando uma dinâmica melhor e/ou um ponto de entrada”, afirma o analista da Itaú BBA, Pedro Leduc.
E os dividendos do Banco do Brasil?
Segundo analistas, fatores com o crescimento moderado dos lucros em empréstimos ou desafios como a inadimplência no agro, podem pressionar a distribuição de dividendos, levando o Banco do Brasil a um pagamento menor de dividendos ao invés de algo estável em 2026.
Nesse ano, o banco apresentou mudanças na política, elevando a faixa de pagamento de lucros para 40 a 45%, anteriormente 45%.
“Estamos com uma visão mais conservadora para as despesas com provisões, porque uma carteira renegociada maior impacta o custo de crédito”, diz Leduc.
Porém, ainda segundo o Itaú BBA, essa mudança não terá um grande impacto para os investidores, uma vez que o rendimento cairia em um ponto percentual, para 9% em 2025, o único problema é a mensagem indicando que com a redução o banco indica um novo equilíbrio de crescimento, lucratividade e pagamentos.
As estimativas do BBA apontam um crescimento de 10% dos empréstimos e ROE (rentabilidade) de 18-19%, a taxa de pagamento de 45% levaria o capital para um nível abaixo do confortavél da própria instituição (11%), obrigando a pagar menos dividendos.
Outras empresas do setor também estão sendo avaliados cuidadosamente, entre elas a Nubank (ROXO3) e Bradesco (BBDC4).