As ações do Grupo Vamos (VAMO3) opera entre as maiores quedas do Ibovespa (Ibov), principal índice da bolsa de valores brasileira (B3), nesta quarta-feira (7). Os números são impactados negativamente pelo balanço do primeiro trimestre de 2025 (1T25), com o lucro líquido abaixo do esperado pelo consenso do mercado.
No total o lucro líquido foi de R$ 107,8 milhões, um declínio de 45,6% em comparação ao mesmo período no ano anterior, um reflexo ao aumento das despesas financeiras diante da elevação das taxas de juros, aponta Gustavo Couto, CEO da empresa.
“Os juros, infelizmente, machucam o lucro líquido. Não controlamos isso”, afirma Couto. Às 14h27 (horário de Brasília), os papéis despencavam 12,03%, cotadas a R$ 4,24, liderando as perdas do Ibovespa. O CEO destaca que a companhia tem se esforçado para reduzir os impactos da despesa financeira, focando na elevação da eficiência operacional e na redução de estoque, por exemplo.
Em contraponto, o lucro antes de juros, depreciação, amortização e impostos (Ebitda) cresceu 10,1% no 1T25, somando R$ 886,7 milhões, incluindo a contribuição do segmento de locação, “Estamos encontrando um crescimento saudável, apesar da economia desafiadora”, explica Couto.
Já a receita líquida alcançou R$ 1,33 bilhão, expansão de 23,6% ante janeiro a março do ano passado, sendo impulsionada pelo salto de 82% da receita de venda de ativos de locação na mesma comparação, com um volume recorde em “Um trimestre de recordes”, como definido por ele, de R$ 290 milhões.
“O volume de ativos disponíveis para locação ou venda apresentou redução de R$ 75 milhões no trimestre, reforçando o foco da companhia na melhora do capital empregado”, diz a Vamos.
Guidance da VAMO3
A VAMO3 também anunciou o Guidance para 2025, com redução de alavancagem para 3,0 vezes a 3,2 vezes, anteriormente de 3,3 vezes no primeiro trimestre de 2024 (1T24). Um Ebitda de R$ 4 bilhões, capex de R$ 2 bilhões e um lucro líquido total entre R$ 450 e 550 milhões, Couto ainda destaca que tudo isso será em meio a um cenário com a taxa de juros alta.
Ainda para até o fim do ano, a projeção é de alocar R$ 1 bilhão de ativos via Sempre Novo mantendo outros R$ 700 milhões em contratos com ativos que já estão sendo utilizados pelos clientes.
Análises sobre o trimestre
O BTG Pactual definiu o balanço como “um inicio de ano suave”, por estarem próximos as estimativas do banco, excluindo o resultado líquido que ficou abaixo do esperado.
Para os analistas Lucas Marquiori e Fernanda Recchia, além das maiores despesas financeiras a alíquota efetiva de imposto com elevação de 28%, também foi um dos impactos no lucro. “A Vamos apresentou sólido crescimento da receita e alavancagem estável no 1T25, mas o resultado permanece sob pressão devido às elevadas despesas financeiras e à ociosidade de ativos”, dizem.
Já o Citi analisa a demanda e alavancagem da companhia, que devido o ambiente fraco, foram elevadas durante o período. O banco aponta que os desafios sobre a venda de seminovos e depreciação tem aumentado mais rápido que em 2024.
O Itaú BBA, por sua vez, diz que mesmo com o resultado líquido menor que o esperado, a empresa conseguiu um ponto positivo ao registrar o menor nível de entrega de reintegrações de posse de ativos visto nos últimos trimestres. Além de renovar vários contratos sem a necessidade de adquirir novos ativos, por conta dos clientes concordarem em alugar o mesmo ativo ou estão recebendo ativos da Sempre Novo, durante a mesma época.
O BTG tem recomendação de compra para as ações da Vamos (VAMO3), com preço-alvo de R$ 15, “Embora as ações sejam negociadas a uma avaliação pouco exigente, a melhora sustentada das margens e dos lucros será importante para os investidores monitorarem e recuperarem a confiança no caso”, dizem os analistas.
Seguindo a linha, o BBA também tem recomendação de compra com preço-alvo de R$ 11. Enquanto o Citi tem recomendação de venda para os papéis, com preço-alvo em R$ 4.
