As ações da Vale (VALE3) operam em queda nesta sexta-feira (25) após balanço do primeiro trimestre de 2025 (1T25), às 14h47 (horário de Brasília), os papéis recuavam 2,39%, cotados a R$ 53,99. Mesmo sendo negativo, o desempenho já era esperado.
Com o fechamento a mineradora registrou um lucro líquido de US$ 1,394 bilhão, queda de 17% em comparação a janeiro a março desse ano, quando lucrou US$ 1,679 bilhão. No mesmo período, a receita líquida atingiu US$ 8,119 bilhões, caindo 4% diante a mesma comparação, quando alcançou US$ 8,459 bilhões.
Já o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) pró-forma foi de US$ 3,115 bilhões no 1T25, recuando 18% na base trimestral e 9% na base anual.
“A Vale divulgou resultados relativamente fracos, que conversam com a prévia operacional abaixo das expectativas reportada na semana passada. Mas, apesar disso, a companhia mostrou algumas melhorias nos custos e na divisão de metais básicos”, diz Ruy Hungria, analista da Empiricus Research.
Fluxo de caixa da VALE3
A geração de caixa acabou sendo o destaque negativo do período, tanto por ser uma surpresa quanto por o impacto que poderá causar aos dividendos.
Em comparação anual, o fluxo de caixa livre (FCF) da mineradora acumulou queda de 78%, devido baixo desempenho do capital de giro, consumindo quase US$ 250 milhões, uma reversão ao saldo positivo do primeiro trimestre de 2024 (1T24), de US$ 1,5 bilhão.
As mudanças aconteceram devido a menor conversão de caixa da Aliança Energia, fatores sazonais como bônus e recomposição de estoques, e um pagamento em dividendos e Juros sobre Capital Próprio (JCP) no valor de US$ 2 bilhões. Com isso, o caixa líquido caiu cerca de US$ 1,1 bilhão no trimestre.
Perspectiva dos analistas
A Genial Investimentos diz que o lucro não foi tão “cativante”, mesmo com um melhor desempenho na eficiência. Especialistas apontam que mesmo com queda de 10,4%, a Vale (VALE3) teve uma boa perfomance em relação ao custo caixa (C1), que finalizou em US$ 21 por tonelada, valor 6,2% abaixo do esperado pela Genial, sendo o menor nível de custo para um primeiro semestre desde 2022.
Entretanto, o analista do AGF, Pedro Galdi, destacou que o 1T da companhia sempre registra números fracos, devido o período chuvoso, “É importante ter em mente que, sempre no primeiro trimestre de cada ano, as atividades da empresa são afetadas pelo período de chuvas, prejudicando a extração e a logística consolidada”, diz.
No total a receita cresceu 13%, chegando a R$ 47,4 bilhões, sob a mesma base de comparação, tendo valorização em todos os segmentos da companhia, minério de ferro, cobre e nível, segundo a Vale. “As maiores vendas mais do que compensaram os menores preços do minério de ferro no período. E a companhia ainda conseguiu reduzir os custos e as despesas. Isso é reflexo do bom desempenho do custo caixa, que refletiu a desvalorização do real e o consumo de estoques com custos mais baixos desde o primeiro trimestre de 2024”, avalia Ruy Hungria.
A Genial Investimentos tem recomendação de compra com preço-alvo de R$ 61,50 para o fim de 2025, uma valorização de 11,19% ante último fechamento na quinta-feira (24), quando encerrou a R$ 55,31.