As ações da Vale (VALE3) operam em queda nesta terça-feira (8), devido a desvalorização da moeda chinesa, yuan, por parte do governo local, que ajustou a taxa de câmbio oficial, para um patamar chave.

Por volta das 14h53 (horário de Brasília), os papéis caíam 4,61%, cotados a R$ 49,65. A Vale já acumula recuou de 8,20% no mês de abril, e 0,86% no total do ano, o que destaca a dificuldade de manter movimentos de recuperação.

Queda da VALE3

Outrossim, o preço do minério de ferro também tem impactado as ações da companhia, desde o anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre as tarifas comerciais, o metal já caiu 4% (US$ 4/tonelada).

“Para cada redução de US$ 5/tonelada em nossa previsão de preço médio de minério de ferro, o rendimento do FCF da Vale cai cerca de 2,5 pontos porcentuais. Isso implica que em um cenário onde os preços médios do minério de ferro sejam de US$ 90/tonelada em 2025 (o que sugere preços de minério de ferro em US$ 85/tonelada até o final do ano), a empresa geraria um rendimento FCF de 8%, que se compara bem com seus pares brasileiros”, diz os analistas Daniel Sasson, Edgard Pinto de Souza, Marcelo Furlan Palhares e Barbara Soares.

“Dado que os EUA não são um player-chave na indústria de minério de ferro, os impactos diretos no equilíbrio do mercado são baixos. No entanto, os potenciais efeitos colaterais de uma guerra comercial mais pronunciada – com impactos negativos no crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) global e uma potencial redução na produção de aço chinesa – podem exigir um nível maior de cautela dos investidores no setor”, complementam.

O minério ja recuou 5,35% na semana passada, reforçando o impeto vendedor. A commodity já alcançou a região de 710 iuanes (US$ 97,14), que em caso de rompimento poderá gerar quedas mais fortes.

“A Vale (VALE3) continua sendo nossa principal escolha, com valuation atraente mesmo em cenários de estresse”, afirmam os analistas.

Incertezas comerciais

Em meio ao atual cenário imprevisivel criado por Trump, os investidores anseiam pelos próximos passos do presidente norte-americano, ainda mais após declarações sobre impor uma tarifa adicional de 50% sobre produtos chineses como consequência das retaliações feitas pela China.

O prazo definido por Donald Trump para uma resposta do país asiático se encerrou nesta manhã, entretanto o presidente afirmou que a China tem interesse em uma negociação, mas até o momento não entrou em contato com a Casa Branca.