Selic foi novamente elevada, dessa vez em 0,5 ponto percentual e tem maior índice desde 2006; Entenda o impacto no cenário macroeconômico e para os Fiis.
O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) cumpriu nesta quarta-feira (07) as expectativas do mercado e elevou a Selic em 0,5 ponto percentual, para 14,75% ao ano. É o maior valor nominal para a taxa básica de juros da economia brasileira desde agosto de 2006.
O Índice de Fundos de Investimentos Imobiliários (IFIX) fechou o pregão desta terça (6) com recuo de 0,18%, aos 3.385,58 pontos. Apesar de cair no dia, o IFIX acumula alta de 8,64% em 2025. Em maio, no entanto, a variação é negativa, com queda de 0,79%.
Especialistas do setor apontam dois motivos para que o índice de FIIs venha em trajetória positiva desde o início do ano, mesmo que a alta da Selic anunciada nesta quarta já estivesse prevista desde a reunião de abril do Copom:
- Preços de mercado excessivamente descontados em relação ao valor patrimonial, consequência de cinco meses consecutivos de queda do IFIX;
- Menor pessimismo dos agentes quanto ao cenário macroeconômico, tanto nacional como global, que já permite projetar o início de um novo ciclo de queda dos juros a partir de 2026.
Selic a 14,75% ao ano: quais FIIs saem ganhando?
Para especialistas, os fundos imobiliários que atuam diretamente com ativos financeiros tendem a ser mais beneficiados pelo atual cenário, com Selic elevada e inflação ainda acima da margem de tolerância para a meta anual, de 4,5% ao ano. Nesse quesito se enquadram três setores, principalmente:
- FIIs de recebíveis (também chamados de FIIs de papel), que negociam principalmente Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs), títulos de dívida remunerados em geral pelo CDI, taxa interbancária que oscila paralelamente à Selic, ou pela inflação, geralmente pelo IPCA, índice oficial do país;
- FOFs (fundos de fundos), cuja prioridade é a compra e venda de cotas de outros FIIs e a arrecadação com dividendos;
- FIIs multiestratégia (hedge funds), que têm mandato para a negociação de quaisquer ativos ligados ao mercado imobiliário e que, no momento, estão priorizando CRIs, devido à remuneração, e cotas de FIIs, por causa do preço descontado.