Nesta sexta-feira (14), o Banco Safra cortou o preço-alvo para as ações da Raízen (RAIZ4), o movimento acontece após o anúncio de dividendos da mesma e reflete a nova fase da companhia.
Com a nova equipe de gestão atuando na empresa, a Safra espera que levem a uma capacidade de geração de caixa melhorada, resultando na redução da alavancagem e na melhoria da percepção de risco ao longo do tempo.
“Estimamos que a Raízen esteja negociando a 3,9x EV/Ebitda 2025/26E vs. a média de 5x desde o IPO. Esperamos que a Raízen se beneficie de um foco mais forte nas operações principais e na desalavancagem, o que inclui a venda de ativos não essenciais e uma estratégia de alocação de capital mais disciplinada”, afirmam Conrado Vegner e Vinícius Andrade, do Banco Safra.
Atualmente a Raízen definiu 3 linhas de negócios como principais, a do etanol, açúcar e bioenergia, e as mobilidades, Brasil e Argentina.
O banco brasileiro manteve a recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 2,90, anteriormente R$ 5,60, com um potencial de alta de 70% para o papel.
“Após as mudanças na equipe executiva, a nova gestão deixou claro que o foco agora é criar valor e simplificar a estrutura corporativa, os processos internos e o portfólio da empresa, além de fortalecer a estrutura de capital da Raízen”, destacam.
Raízen anúncia dividendos
Para o dia 28 de março, a empresa divulgou o pagamento em parcela única, com base na posição acionária de 2 de agosto de 2024. O valor é de R$ 103,4 milhões em dividendos adicionais para os acionistas, correspondendo a R$ 0,01001412421 por ação, excluindo as ações em tesouraria.
As ações passaram a ser negociadas como ex-dividendos no Banco Central (B3).
O adicional, aprovado na Assembleia Geral Ordinária e Extraordinária de 30 de julho de 2024, é referente ao exercício social encerrado em 31 de março de 2024.
Lucros da produtora
Segundo o Citi, o lucro do segundo trimestre da temporada 2024/25 da companhia, será de R$ 46 milhões, uma queda de 92% comparada a estimativa anterior, com a receita líquida aproximada R$ 71,7 bilhões, representando um aumento de 13%. Já o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) também apresenta uma redução, em 8%, sendo ajustado em torno de R$ 3,7 bilhões.
O resultado financeiro oficial será anunciado no dia 12 de novembro, mas desde então, mesmo com as expectativas negativas, o Citi mantém a recomendação de compra para os papéis da Raízen, com preço-alvo revisado de R$ 4,70 para R$ 4,50.