As ações do Weg (WEGE3) lideram as perdas do Ibovespa (Ibov), principal índice da bolsa de valores brasileira (B3), no último dia de abril caindo 10,78% às 17h21 (horário de Brasília), cotado a R$ 45,03. A queda é consequência dos resultados do primeiro trimestre de 2025 (1T25).
Nos três primeiros meses do ano a empresa registrou um lucro líquido de R$ 1,54 bilhão, uma alta de 16,4% comparado ao mesmo período do ano anterior, já em relação ao quarto trimestre de 2024 (4T24), representa uma queda de 8,8%, sendo mais fraco que o estimado pelo mercado.
Já o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) foi de R$ 2,17 bilhões, valorização de 22,8% sobre a mesma época em 2024, porém também registrando queda de 9% ante 4T24, com margem ebitda de 21,6%, 0,4 ponto percentual (p.p) menor que o 1T24 e 0,5 p.p inferior ao 4T24.
Enquanto a receita operacional líquida (ROL) total foi de R$ 10,1 bilhões, representando alta de 25,5% na mesma comparação, apresentando redução de 6,9% em relação ao trimestre anterior.
Um dos principais medidores do Weg, o retorno sobre capital investido (Roic), desceu 33,2% durante o período. A fabricante de motores elétricos e dispositivos eletrônicos industriais, afirmou que esse recuou é consequência de investimentos em “ativos fixos e intangíveis, além da aquisição dos negócios da Marathon, Rotor e Cemp”, — aquisição dos ativos da norte-americana Regal Rexnord anunciada em setembro de 2023, maior compra realizada pela companhia.
Visão sobre o WEGE3
O Weg (WEGE3) diz que os primeiros meses do ano foram marcados por boa demanda pelos produtos e serviços. “Apesar do momento incerteza no cenário geopolítico atual, continuamos confiantes em nosso modelo de negócio, sustentado por uma visão de longo prazo, presença global e diversificação de produtos e soluções”, afirmou.
Já o Citi discorda ao dizer que houve uma piora no mix de produtos oferecidos, além de uma pressão de custos, principalmente no aço, contribuindo para a piora nas margens da companhia.
“As receitas líquidas não atingiram as expectativas nos segmentos EEI e GT&D, e as margens brutas foram pressionadas pela maior mistura de energia solar, que tem pior lucratividade. Houve também pressão de custos de insumos mais altos, notadamente o aço”, destacou o analista do banco, Andre Mazini.
Já a equipe da XP Investimentos pontua que mesmo que alguma contração da rentabilidade estivesse implícita na sazonalidade mais fraca do 1T25, o nível de margem ebitda de 21,6% foi um destaque negativo, levantando questões sobre a rentabilidade estrutural à frente.
“Embora mantenhamos nossa recomendação de compra, sustentada por fundamentos positivos de longo prazo, vemos preocupações razoáveis em relação aos potenciais impactos diretos e indiretos de uma desaceleração macroeconômica global no crescimento dos lucros da Weg“, destacam ao sinalizar que os recentes resultados fomentam algumas das preocupações dos investidores sobre a tese de investimento da Weg.
O Citi também mantém recomendação de compra para o WEGE3, com preço-alvo de R$ 62, potêncial valorização de 22,8% ante último fechamento dos papéis.
