O Ibovespa (IBOV) vem acumulando perdas desde a última quarta-feira (2), mesmo dia da instauração das tarifas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. No total são 4,4% de recuou já registrados.
Na mínima do dia o principal índice da bolsa de valores brasileira (B3) tinha queda de 2,7% ante fechamento de sexta-feira (5). Atualmente o mercado se encontra focado na recessão global diante de uma guerra comercial que pode ter sido iniciada após decisões de Trump.
“A preocupação é com retaliação à política tarifária americana, o que reforça o medo de guerra comercial e recessão no mundo. A agenda econômica também não ajudou”, diz Roberto Padovani, economista-chefe do BV.
Ibovespa hoje
As ações do índice também registram queda, entre os destaques estavam os papéis da Petrobras (PETR3), caindo 3,58%, a R$ 36,38, devido queda do petróleo, e Ambev (ABEV3) registrando baixa de 3,06%, a R$ 13,29.
O minério de ferro também pode ter impactado o IBOV nesta segunda-feira (7), recuando 3,29% em Dalian, na China, após retaliações do país asiatico contra taxações do governo Trump.
Em contraponto, o dólar à vista voltou a subir ante o real mesmo com decisões do país norte-americano. Às 17h03 (horário de Brasília) a moeda americana valorizava 1,16%, a R$ 5,91.
Próximos impactos sobre o IBOV
O Itaú BBA acredita que o Ibovespa poderá ceder ainda mais nos próximos dias. Com o próximo suporte aos 125.300 pontos, “Se perder essa região, o índice sairá da tendência de alta e encontrará próximo suporte aos 122 mil pontos”, afirma análise técnica do banco.
Luiz Fernando Figueiredo, ex-diretor do BC e presidente do Conselho de Administração da gestora JiveMauá, também compartilha da ideia, apontando que “Ainda está todo mundo muito na dúvida dos impactos e se esse negócio é para valer ou não. Os ativos têm realmente que ser reprecificados, na linha de “esperar para ver o que vai acontecer”, que provavelmente é uma situação muito pior do que aquela que a gente tinha antes de acontecer esse tarifaço”, diz ele sobre as tarifas.
Segundo o BBA, esse é o momento para ajustar o risco alocado e aproveitar algumas operações para assegurar ganhos recentes.