Dólar segue baixa iniciada na sexta-feira (14) e fechou o pregão dessa segunda-feira (17) em queda de 0,99%, a R$ 5,6864, menor cotação do ano.
Com guerras tarifarias, tensões comerciais e véspera de decisões sobre política monetária, dólar segue caindo no mercado.
Em relatório divulgado nessa segunda-feira (17), o Itaú BBA alterou suas expectivas para a moeda americana, saindo da cotação de R$ 5,90 para R$ 5,75 até o fim de 2025. O atual cenário macroeconômico e geopolítico é o maior motivo disso, as incertezas implementadas devido as políticas tarifárias, fiscais e migratórias do atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afetaram o Produto Interno Bruto (PIB) do país, saiu de um crescimento de 2,5% para 2%.
A maior baixa desde 7 de novembro de 2024, mostra como as decisões do Governo Trump e a recuperação econômica da China, que vem acontecendo atualmente, valorizaram moedas de países emergentes, incluindo o Brasil.
“Essa mudança de cenário levou a um enfraquecimento do dólar, mas acreditamos que o risco inflacionário vindo das tarifas e a estabilização do crescimento americano devem limitar uma continuação desse movimento. Incorporamos o impacto de tarifas recíprocas no nosso cenário base, aumentando a projeção de inflação nos EUA, medida pelo Consumer Price Index (CPI), de 3% para 3,3%”, afirma relatório da Itaú BBA, assinado por Mario Mesquita.
Com expectativas para a reunião da próxima quarta-feira (19), o Comitê Federal do Mercado Aberto (Fomc) dos EUA acredita que o Banco Central norte-americano mantenha as taxas no intervalo de 4,25% a 4,50% ao ano.
Taxa Selic e a queda do dólar no Brasil
O analista do BBA, Mario Mesquita, estima uma elevação de 2,2% da economia com a inflação, com uma média realizada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), em 5,7%.
Ainda espera que a taxa Selic encerre 2025 cotada a 15,25% ao ano, afirmando que mesmo com a inflação acelerada e os juros elevados, o pior cenário da america latina deverá ser o do México.
“Essa revisão reflete um desempenho esperado mais fraco nas exportações de manufaturados e serviços, como fretes e comércio atacadista. O mercado de trabalho, ainda resiliente, segue sustentando o consumo privado, atenuando uma desaceleração mais acentuada da economia”, diz o analista.
Nesse contexto, o México será o país mais impactado pela política econômica de Trump, enquanto o Brasil deve ter o ritmo ditado pelas políticas monetárias e a inflação, com a cotação do dólar enfraquecendo durante esse período.