O ouro atingiu um novo recorde nesta quinta-feira (27) ultrapassando os US$ 3 mil pela primeira vez na história, acontece que nesta sexta-feira (28) o recorde foi extendido, ficando a US$ 3.124,40 por onça-troy.

De acordo com o Conselho Mundial do Ouro (World Gold Council), a mudança de US$ 2.500 para US$ 3.000 por onça-troy foi a mais rápida já registrada. No acumulado de 2025, o mínerio já tem alta de quase 20%.

Essa disparada tem ocorrido após o anúncio do atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que definiu tarifas de 25% sobre a importação de automóveis, que inclui veículos de passeio, caminhões, motores, transmissões e outros componentes.

“O ouro é conhecido como um ativo de proteção inflacionária e no meio das questões envolvendo a política comercial dos Estados Unidos, como por exemplo, as tarifas de importação a vários países — que podem trazer mais inflação para economia global”, afirma o head de research da Toro Investimentos, Lucas Carvalho.

Trump ainda ameçou impor tarifas ainda mais “fortes” caso a União Europeia e o Canadá tomem decisões que, segundo o presidente, prejudiquem os Estados Unidos. Fazendo com que os investidores busquem ativos mais seguros, como o ouro.

Métrica para o ouro

Os dados do PCE (sigla em inglês para personal consumption expenditures ou na tradução livre, “despesas de consumo pessoal”) apontam para uma alta de 0,35% no seu núcleo em fevereiro.

A métrica, que não inclui preços voláteis de alimentos e energia, é conhecida como um “termômetro” para a inflação, servindo como um indicador para a política monetária do sistema de reserva federal dos EUA (Fed na sigla em inglês). Para o Fed, o alvo é de 2% para o núcleo do PCE. No ínicio do ano o dado marcou 2,6% no acumulado de 12 meses, já para fevereiro a estimativa é de 2,7%.

Entretanto, mesmo com a inflação estável, os juros continuarão elevados por mais tempo devido as decisões do atual governo norte-americano, sinaliza o Fed.

Com isso o mercado tem a próxima quarta-feira, dia 2 de abril, como uma data em vermelho, quando Donald Trump deverá instaurar as tarifas já prometidas, além de detalhar as novas tarifas para semicondutores, madeira e produtos farmacêuticos, detalhando também o plano de tarifas recíprocas, que causará impactos para grande parte dos parceiros comerciais dos EUA.

A Toro Investimentos tem uma recomendação para exposição do portfólio de investimentos a ouro entre 7% a 10%.