As ações da Minerva (BEEF3) lideram queda no Ibovespa, principal índice da bolsa de valores brasileira (B3), despencando mais de 6% nesta segunda-feira (14) com o Goldman Sachs rebaixando as recomendações, saindo de compra para neutra.
Por volta das 14h51 (horário de Brasília), as ações desvalorizavam 4,02%, a R$ 6,69, enquanto pela manhã caía 6,17%.
O Goldman acredita que há uma relação de risco e recompensa no equilibro da companhia, já que após o anúncio do aumento de capital realizado na semana passada, o potencial de ganho pode estar limitado no momento.
O anúncio teria levado os papéis a valorizarem mais de 8%, tornando a ação mais cara diante os riscos ainda existentes, com 37% no acumulado do ano. Se for aprovado em assembleia no dia 29 de abril, o valor do aumento será de R$ 3 bilhões.
Desempenho negativo da Minerva
O endividamento de 3,7 vezes lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) em reais no final de 2024 foi visto como uma surpresa positiva. Porém ao ser avaliado, foi observado um ganho de respiro no caixa de curto prazo causado após adiamento do pagamento dos fornecedores.
“Ao analisarmos mais a fundo os documentos da empresa e seu balanço, observamos que a linha de financiamento a fornecedores aumentou de R$ 1,4 bilhão em 2023 para R$ 2,2 bilhões em 2024 — liberando R$ 478 milhões em caixa no trimestre”, apontam os analistas.
“A Minerva declara em suas demonstrações financeiras que, ao preservar as condições comerciais com fornecedores, essas operações foram avaliadas pela administração e classificadas como de natureza comercial — portanto, registradas como fornecedores”, complementam.
A companhia explica que esse movimento não significa um risco adicional de alavancagem, estratégia que permite investir mais do que se tem na conta, já que seria parte da relação comercial comum com seus fornecedores.
Analistas afirmam que os papéis estão sendo negociados perto do nível histórico e reafirma preço-alvo de R$ 6,95, menor que o registrado na abertura desta segunda-feira (14), R$ 6,97.
É esperado um balanço operacional espremido, ocasionado por dividas em serviços, significando risco de execução para a implementação das plantas frigoríficas adquiridas da Mafrig, empresa brasileira de alimentos.