As ações do Banco do Brasil (BBAS3) e do BTG Pactual (BPAC11) enfrentaram queda nessa segunda-feira (31), depois das considerações do JP Morgan que rebaixou as ações.
Às 17h30 (horário de Brasília) os papéis da BTG e BB caíam 3,44%, a R$ 33,70, e 1,57%, a R$ 28,19, respectivamente.
Mesmo com elogios, analistas do banco americano definiram o crescimento das ações como limitados em meio a um cenário desafiador para o setor em 2025.
“Estamos um pouco mais pessimistas sobre as tendências do setor bancário como um todo e vemos um potencial de valorização mais limitado — Não enxergamos espaço para novas revisões de lucro por ação (EPS) ou redução no custo de capital próprio (CoE) neste momento. A falta de catalisadores de curto prazo e um retorno total limitado de 18% motivam nosso rebaixamento”, avalia o JP Morgan.
O banco alterou a recomendação de compra para neutra para as ações do BB, mantendo o mesmo preço-alvo, de R$ 31, equivalente a uma potencial alta de 8% ante último fechamento. Com rendimento de 10% de dividendos, o retorno chega a 18%.
“Não estamos mudando nossas estimativas de curto prazo, nem nossos preços-alvo para dezembro de 2025. Mas, após uma alta de cerca de 30-38% no acumulado do ano em dólar versus o EWZ (ETF, ou fundo de índice, que segue o Ibovespa) com alta de cerca de 15%, vemos esses nomes oferecendo um potencial de alta de cerca de 12-18%”
Motivo do rebaixamento do BBAS3 e BPAC11
Para o JP Morgan, o desempenho recente dessas companhia na bolsa de valores brasileira (B3) foi tão notável que limitou as expectativas quanto ao potencial de valorização.
Ele enfatiza que os principais riscos para o Banco do Brasil (BBAS3) são de reduzir a qualidade dos ativos, com as margens tendo mais impactos negativos do que o estimado por conta da queda nas taxas de juros no país, além da atual posição de capital da empresa permanecer sob pressão.
Já para o BTG Pactual (BPAC11), há um risco de desaceleração sobre a receita de vendas e negociações, fazendo com que o crescimento de lucros fique abaixo do esperado nos próximos anos.
“Assim como no Banco do Brasil, não estamos alterando nossas projeções de lucro por ação (EPS) nem o preço-alvo, mas destacamos que alguns indicadores do setor começaram o ano de forma fraca”, diz o JP Morgan.
É importante ressaltar que o volume projetado de negociação das units — tipo de ativo negociado no mercado financeiro — do BTG hoje é de R$ 802,2 milhões, muito acima dos R$ 255 milhões do giro completo da última sexta-feira (28).
As projeções feitas pelo banco já incluem uma expansão do retorno sobre o patrimônio (ROE) para 2025.