As ações da JBS (JBSS3) começaram a quarta-feira (26) em queda, a redução vem após os resultados do quarto trimestre de 2024 (4T24). Às 15h40 os papéis registravam queda de 4%, uma das maiores baixas do dia do Ibovespa, a R$ 39.
Para o analista de proteína animal da Safras & Mercado, Fernando Iglesias, o baque das ações pode ser devido a missão do governo brasileiro no Japão, que frustrou as projeções e acabou atingindo outras empresas do mesmo setor como Marfrig (MRFG3), BRF (BRFS3) e Minerva (BEEF3).
“Havia uma expectativa alta pela abertura do mercado japonês. Talvez, a percepção de quem está operando as ações é de que a dificuldade de firmar um acordo para isso atrase a venda de carne bovina para o Japão. Isso pode estar impactando os frigoríficos pois havia uma expectativa que ainda não se concretizou”, conta o analista.
A produtora de alimentos reportou um lucro líquido de R$ 2,4 milhões no 4T24, uma disparada de 2.806% ante o mesmo período de 2023 de R$ 83 milhões. Destacando o ganho de rentabilidade operacional em quase todas as unidades de negócio na comparação anual, exceto a JBS australiana.
Para os analistas o resultado foi sólido, ficando acima das estimativas, com o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado de R$ 10,5 bilhões, uma alta de 105% ante a mesma comparação.
Conclusão das projeções de desempenho do JBS
O Banco Safra afirma que o balanço teve “lucros fortes” por conta de um “desempenho sólido” em todas as suas divisões. “Embora as condições para a carne bovina dos EUA continuem desafiadoras, a empresa conseguiu entregar margens melhores do que o esperado neste segmento altamente relevante. A JBS continua a entregar uma execução sólida, resultando em uma geração de Fluxo de Caixa Livre (FCL) de R$ 5,3 bilhões no quarto trimestre e de R$ 13,2 bilhões no acumulado de 2024, com um rendimento de FCL de 14,6%”, diz a equipe do banco.
Já o BTG Pactual definiu os resultados como robustos, destacando que as ações (JBSS3) dispararam 57% no acumulado de 2024, “em grande parte impulsionadas por revisões impressionantes de lucros — Não esperamos esse tipo de surpresa em 2025”, diz os analistas Thiago Duarte, Guilherme Guttilla e Gustavo Fabris em relatório.
O BTG também deu ênfase para o seguemento de aves, afirmando ser o principal motor dos números obtidos pela empresa, principalmente a Seara. Com o setor bovino prejudicado pelo ciclo desfavorável de gado, além do aumento de 33% de custo no Brasil em comparação ao trimestre anterior.
Os analistas também não esperam que o desempenho positivo se repita em 2025, mas estimam um Ebitda de R$ 35,4 bilhões, e definem a dupla listagem, que visa negociar ações simultaneamente em Nova Iorque e na Bolsa de valores brasileira (B3), com o motivo principal para a elevação do potencial dos papéis.
O BTG Pactual mantém recomendação a compra, focando no potencial de repreficação, devido o espaço para valorização maior que os atuais R$ 48 definidos como alvo.