O Ibovespa (IBOV) vai em contrapartida ao dólar nesta segunda-feira (14) e sobe após isenção de Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, de tarifas recíprocas sobre smartphones e outros aparelhos eletrônicos.
Por volta das 16h14 (horário de Brasília), o principal índice da bolsa de valores brasileira (B3) chegava a 1,65%, com 129.789 pontos, enquanto o dólar a vista recuava 0,23%, cotado a R$ 5,85.
A moeda americana acompanha as quedas no exterior, junto aos investidores que continuam em alerta sobre a política comercial dos EUA, que vem sendo responsável pelos resultados do mercado nas últimas semanas.
Isenção norte-americana
Nesta sexta-feira (11), Trump excluiu smartphones, computadores, componentes eletrônicos e outros aparelhos tecnológicos das tarifas anunciadas para parceiros comerciais no dia 2 de abril, beneficiando principalmente a China, país com o qual vem trocando aumento de taxas nos últimos dias.
Entretanto, o presidente sugeriu que esse produtos poderão ser penalizados no futuro com alíquotas separadas como parte de uma investigação sobre semicondutores. Segundo postagem no domingo (13), ele ressalta que os bens continuam sobre a mira da taxa de 20% relacionada ao fentanil, sendo “transferidos para um ‘balde’ tarifário diferente”, afirma Trump.
“Inicialmente, Donald Trump queria incentivar a indústria local, mas empresas como a Apple, por exemplo, levariam anos e um grande investimento para construir fábricas para suprir suas necessidades. Mas a iniciativa falhou em conseguir que diversos países se ajoelhassem diante dele e com a mobilização de empresários americanos para buscar soluções a essa situação, que inclusive geraria mais inflação nos EUA”, explica o operador de renda variável da Manchester Investimentos, Guilherme Petris.
Bolsa europeia e Ibovespa sobem
Além das decisões de Donald Trump sobre os aparelhos, o assessor econômico da Casa Branca, Kevin Hassett, disse em entrevista nesta segunda-feira (14), que os agentes dos Estados Unidos e da União Europeia tem se reunido diversas vezes e andam fazendo bastante progresso.
No mesmo horário da matéria, o Stoxx 50, índice pan-europeu, teve alta de 2,59%, a US$ 5,50, já o índice londrino, FTSE 100, alcançava 2,14%, cotado a US$ 1,32, enquanto o CAC 40, na França, tinha valorização de 2,37%, a US$ 8,27.
No Wall Street, Estados Unidos, o S&P 500 batia 1,34%, cotado a US$ 5.437, e o Dow Jones 1,26%, a US$ 40.721.
BB Investimentos apresenta estimativa
O BB Investimentos diz que o desempenho positivo das bolsas globais na semana passada resultou em alivio em indicadores técnicos, além de apontar que parte do mercado ainda acredita em uma saída negociada para a guerra comercial iniciada por Trump, resultando em menor impacto no crescimento global e na inflação.
“Em nosso entendimento, o mercado está aguardando maior clareza em relação às tarifas e seus impactos nos fluxos globais e, consequentemente nos lucros das companhias e possibilidade de recessão”, afirmam analistas em relatório.
“Caso confirmado um cenário de elevadas alíquotas interrompendo cadeias produtivas, a tendência deve ser de queda e busca pelos suportes mencionados. No entanto, ainda é possível um desfecho com solução negociada e menor impacto nas expectativas de crescimento da economia global, levando o Ibovespa a buscar novas máximas.”, complementam.
Ibovespa nesta segunda-feira
Quem lidera o índice nesta segunda-feira (14) são as ações da Azul (AZUL4) disparando 13%, a R$ 3,39, por volta das 17h00 (horário de Brasília), devido anúncio de uma oferta primária de inicialmente 450.572.669 de ações preferenciais ao preço de R$ 3,58, feita pela empresa. No total o valor será de R$ 1.613.050.155,02, sem contar as ações adicionais.
Já a liderança das quedas fica por conta da Minerva (BEEF3), caindo 1,43% no mesmo horário, a R$ 6,87. O recuou é devido as recomendações do Goldman Sachs que rebaixou as indicações sobre as ações da companhia de compra para neutra.