Em discurso ao Congresso americano na última terça-feira (04/03), o presidente dos EUA, Donald Trump, reforçou sua aposta na defesa de produtos importados por seu país. Como essa guerra de tarifas afeta o Brasil?

O atual presidente discursou sobre o Brasil ser um possível alvo das novas tarifas, afirmando que sempre usaram de tarifas “injustas” contra os Estados Unidos.

No mesmo discurso, Trump falou das taxações sobre o Canadá, México e China, assunto que o mesmo já teria comentado no final de janeiro desse ano.

“Eles vão ter que ter uma tarifa. Então, o que eles têm que fazer é construir suas fábricas de automóveis, francamente, e outras coisas nos Estados Unidos, caso em que não haverá tarifas.” Ele ainda afirma que as taxações para cada país, começaram nessa quarta-feira (05/03), sendo 25% sobre produtos do Canadá e México, e 10% extra sobre importações chinesas.

Para o Brasil já se tem data, sendo o etanol o primeiro alvo, com 18% de taxação a partir do dia 2 de abril, e o aço e o alumínio, com tarifas de 25% a partir de 12 de março.

A chamada “Guerra de tarifas” não tem agradado os produtores de soja norte-americanos, muitos criticam o líder do territorio e alertam que uma guerra comercial envolvendo países como China e Brasil, acabará fortalecendo o maior país da America do Sul, fazendo dele o vencedor das políticas protecionistas da Casa Branca.

Ainda hoje (06/03), o atual vice-presidente, Geraldo Alckmin, terá uma reunião com o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick.

Como acontecem as Guerras de Tarifas?

Segundo Leonardo Paz Neves, pesquisador do núcleo de inteligência internacional da FGV (Fundação Getúlio Vargas), as guerras comerciais ocorrem quando um país tenta se beneficiar politicamente da dependência de algumas nações em relação a seus produtos, como por exemplo, o etanol, disponibilizado dos Estados Unidos para o Brasil.

Para Trump, as tarifas podem ajudar as fábricas dos EUA e aumentar a receita do governo. Porém, acabam atingindo as relações diplomáticas com seus parceiros comerciais.

Tarfias como essas, reproduzidas pelo atual governo americano, afetam os fabricantes e suas empresas, fazendo com que reduzam seus preços e aceitem lucros menores. Dessa forma, o mercado responde de forma negativa, despencando e criando retaliações aos produtos americanos.