O Ibovespa (IBOV) abriu a quarta-feira (9) em queda e continuou o dia oscilando em consequência de resposta da China para as chamadas “ameaças” de Donald Trump, presidente dos Estados Unidos. Às 14h18 (horário de Brasília), o principal índice da bolsa de valores brasileira (B3) alcançava 0,75%, a 124.859,84 pontos.
O índice projetava uma melhora, devido a recuperação de Wall Street, porém a guerra comercial, a ata do Federal Reserve (Fed), banco central dos EUA, e dados do varejo brasileiro, não possibilitaram isso.
Enquanto isso, o dólar a vista tinha valorização ante o real nas primeiras negociações do dia, conforme os temores iam aumentando no mercado financeiro diante o confronto China e Estados Unidos, o dólar a vista atingia 0,95%, a R$ 6,0678. por volta das 10h (horário de Brasília).
Guerra comercial e como isso atinge o Ibovespa
Conforme seguimento da semana, após Trump anunciar um contra-ataque adicionando uma tarifa adicional que levou o país asiático a taxa de 104%, devido retaliações de 34%.
Foram anunciadas novas tarifas de 84% para produtos norte-americanos e adição de empresas dos EUA à listas de controle de exportação e de entidades não confiáveis, a partir desta quinta-feira (8).
Trump espera realizar um acordo com o país, e as principais bolsas americanas buscam correção sobre as quedas dos últimos dias. Nasdaq, índice de tecnologia, teve a maior alta do dia com 1,26%, seguido por S&P 500 e Dow Jones, com 0,53% e 0,26%, respectivamente.
A União Europeia divulgou que também retaliará os Estados Unidos no próximo dia 15 de abril, com tarifas de 25% sobre diversos produtos americanos.
Ata do Federal Reserve
Com ata de encontro do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) realizada em 18 e 19 de março, antes das taxas de Trump, a preocupação dos gestores do Fed com os riscos de estagflação poderá se tornar evidente nesta quarta-feira (9).
A divulgação relata a última reunião política monetária do banco central norte-americano que deixou seus juros inalterados, o documento sairá as 15h (horário de Brasília).
“A incerteza em torno das perspectivas econômicas aumentou” diz comunicado feito em 19 de março, dia da reunião, dizendo que estava “atento aos riscos de ambos os lados de seu mandato duplo”.
Varejo no Brasil
No momento o mercado também tem os olhos voltados para as divulgações de vendas no varejo restrito e ampliado no mês de fevereiro, que serve como um índice para todos os produtos vendidos pelo setor varejista durante o período.
O mesmo também apresenta o resultado do estoque de crédito brasileiro, que pode pesar no Ibovespa.
Ibovespa no dia de hoje
Com os números vivendo uma montanha-russa, o índice apresenta os destaques negativos desta quarta-feira (9), com o petróleo, uma das principais comodities para o mercado, registrando perdas de quase 7% e impactos sobre grandes companhias, como os papéis da estatal Petrobras (PETR3;PETR4) que fecharam em queda de 3,47%.
Ou o minério de ferro, que vem apresentando baixa de 1,74% no valor, levando a empresas como a Vale (VALE3) a despencar 5,23%, enquanto aguarda novos passos da guerra comercial.
“O Ibovespa está em tendência de baixa pelas médias de 21 e 200 dias — Um fechamento acima dos 128.100 traria de volta uma leitura altista mirando resistências nos 130.000 ou 133.900”, afirma Gilberto Coelho, analista técnico da XP Investimentos.