Com grandes possibilidades de uma guerra comercial global nos próximos dias, o Goldman Sachs, um dos maiores bancos dos EUA, elevou a probabilidade de uma recessão economica no país para quase o dobro, a 35% nos próximos 12 meses.
“Quase toda a revisão reflete uma suposição mais agressiva para tarifas ‘recíprocas’. Esperamos que o presidente Trump anuncie tarifas recíprocas de em média 15% para todos os parceiros comerciais dos EUA em 2 de abril, embora projetemos que isenções para produtos e países reduzam esse impacto, elevando a tarifa média dos EUA em 9 pontos percentuais”, afirma o Goldman.
O chamado “dia da libertação” ocorrerá nesta quarta-feira (2), quando a administração republicana explicará sobre a extensão das ações tarifárias do país, as “tarifas recíprocas”, estimulando novas represálias de outras nações.
Além disso, o banco americano também aumentou a estimativa para a inflação americana neste ano, prevendo três cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed sigla em inglês para Sistema de Reserva Federal) em dezembro.
“A atualização da nossa estimativa anterior de 20% (de uma recessão americana) reflete nosso cenário-base de crescimento mais baixo, a forte deterioração recente na confiança das famílias e dos negócios e declarações de autoridades da Casa Branca indicando maior disposição para tolerar a fraqueza econômica de curto prazo na busca de suas políticas”, diz o banco.
Aumento das estimativas para os EUA
Segundo o Goldman Sachs, o atual presidente dos EUA, Donald Trump, deverá anunciar tarifas de cerca de 15% sobre todos os parceiros comerciais do país norte-americano, sendo possível alcançar os 20%, fazendo com que o impacto econômico seja maior, aumentando os riscos de inflação e da taxa de desemprego, que pode chegar a 4,5% ainda esse ano.
O banco também subiu o índice de preços de gastos com consumo (PCE, em inglês), chegando a 3,5% até o final de 2025, enquanto o Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos caiu para 10%.
“Embora a liderança do Fed tenha minimizado o aumento nas expectativas de inflação até agora, achamos que isso eleva o nível para cortes de taxas e, em particular, coloca maior ênfase em um aumento potencial na taxa de desemprego como justificativa para cortes”, afirma.
A última recessão do país norte-americano entre 2020 e 2021, devido a pandemia causada pelo Covid-19. Antes disso os Estados Unidos foi atingido por uma recessão de 18 meses, de 2007 a 2009, por conta da crise do “subprime”, que afetou as bolsas de valores do mundo inteiro, o que levou muitos bancos a insolvência.