O ouro, que chegou a bater recordes históricos nos últimos dias, opera em forte queda devido o receio de uma guerra comercial global por parte do mercado, que vem aumentando nessa sexta-feira (4) após a China anunciar taxação retaliatórias sobre produtos dos Estados Unidos.
“Apesar da elevada aversão ao risco dominar os mercados no final desta semana, os metais considerados portos seguros estão sofrendo com uma maior realização de lucros e a liquidação de posições compradas”, diz Jim Wyckoff, analista de metais da Kitco, empresa canadense atuante no mercado de metais preciosos.
Às 14h57 (horário de Brasília), o contrato futuro do ouro, com entrega estimada para junho, caiu 2,52%, a US$ 3.043,01 por onça-troy na Comex.
Taxação do governo Trump e China: Impacto no ouro
Na última quinta-feira (3), o mínerio tinha atingido uma meta histórica de US$ 3.167,84 por onça-troy, o que foi revertido após os anúncios de Donald Trump, atual presidente dos EUA, acerca das taxações sobre parceiros comerciais.
“Há uma destruição severa de riqueza com uma queda histórica no valor de mercado das ações dos EUA — Ouro, apesar de ter se mantido como um refúgio sólido recentemente, simplesmente não está imune a essa grande reação de desrisco.”, aponta Nicky Shiels, chefe de pesquisa e estratégia de metais da MKS Pamp SA.
Para uma piora do cenário e aumento das chances de uma guerra comercial, a China apresentou uma represália taxando 34% dos produtos americanos de volta, mesma porcentagem definida por Trump para o país asiatico.
Porém, mesmo com o medo das tarifas, a expectativa é de que o ouro se beneficie este ano com o ambiente comercial, macroeconômico e geopolítico que se encontra cada vez mais volátil. Até o momento o metal já subiu 16% em 2025.
O Goldman Sachs, inclusive, mantém recomendação de compra, sendo a sugestão mais firme do banco no setor de commodites. A estimativa é de que o ouro alcance US$ 3,3 mil por onça-troy.