As ações da Brava Energia (BRAV3) dispararam no Ibovespa nesta sexta-feira (21), a alta acontece após a empresa registrar prejuízo líquido no balanço do quarto trimestre de 2024 (4T24).
Por volta das 13h00 (horário de Brasilia), os papéis alcançavam 5,95%, a R$ 19,40, sendo a segunda maior alta da carteira teórica do Ibovespa.
Em relatório divulgado nessa quinta-feira (20), o prejuízo líquido pro-forma da empresa foi de R$ 1,02 bilhão no 4T24, uma reversão ao lucro de R$ 474,7 milhões registrado no mesmo período do ano anterior. Sendo pior que o projetado pelo mercado, de R$ 401 milhões.
Já o lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação (Ebitda) ajustado, somou R$505 milhões, queda de 41% em comparação ao quarto trimestre de 2023 (4T23). Enquanto a margem ficou em 25,9%, representando uma redução de 11,7 ponto percentuais (p.p.) ante o mesmo período de 2023.
Motivo da alta da BRAV3
Mesmo com resultados negativos, a produtora de petróleo e gás vem dando sinais de melhoria, o que pode resultar em ótimos resultados para 2025. “Para o banco, o quarto trimestre de 2024 foi um potencial ponto de virada na história da empresa”, afirma BTG Pactual.
A BTG ainda destaca uma melhora “notável” na eficiência operacional onshore — atividades realizadas em terra firme —, com redução nos custos de elevação. Além do aumento de produção no primeiro trimestre de 2025 (1T25), com 78% elevado ante o 4T24. “A diluição dos custos deve acelerar daqui para a frente”, complementa.
O presidente da Brava, Décio Oddone, tem grandes expectativas para esse ano. Com uma previsão de atingir mais de 80 mil barris de óleo equivalente por dia (boe/d) de produção nos próximos meses, em fevereiro a produção foi de 73,9 mil barris (boe/d), aumento de 88% em relação ao 4T24.
“A gente terminou o ano produzindo (pouco mais de) 50 mil barris por dia, já batemos em fevereiro quase 74 mil, estamos para colocar poços novos em Atlanta, voltar com (campo de Manati), tem poços novos em Papa Terra também — A companhia, para frente, é muito diferente dessa empresa que a gente reportou no ano passado.”, diz o presidente da companhia.
Assim como o BTG, o Safra também considera o resultado como “fraco como o esperado”, mantendo a expectativa de melhoria para 2025. Complementando ao dizer que o motivo da queda de 31% foi devido ao desempenho ruim na operação, com uma produção offshore reduzida, uma redução nas receitas de serviços e valores mais baixos do Brent, parcialmente compensados pela depreciação do real.
“O resultado final registrou um prejuízo líquido de R$ 1,028 bilhão, valor 5% menor que nossa estimativa, e se compara ao lucro de R$ 498 milhões no último trimestre. Além dos resultados operacionais mais fracos, esse prejuízo decorre de um forte impacto cambial, contrabalançado em parte por menores despesas de administrativas e pela contabilização de créditos fiscais”, afirma Conrado Vegner e Vinícius Andrade em relatório.
O BTG Pactual reitera recomendação de compra para os papéis da Brava Energia, com preço-alvo de R$ 32, potêncial valorização de 74,8% ante último fechamento, de R$ 18,31.
Já o Banco Safra tem recomendação outpeform (equivalente a compra), com preço-alvo de R$ 35, uma valorização de 91% também ante último fechamento.