Após divulgação do balanço referente ao primeiro trimestre de 2025 (1T25), as ações do Bradesco (BBDC4) dispararam nesta quinta-feira (8). Às 15h20 (horário de Brasília), os papéis alcançavam 16,49%, a R$ 15,19, impactado por um lucro de quase R$ 6 bilhões entre janeiro a março, alta de 40% ante mesmo período no ano passado.
Os números ficaram acima do esperado pelos analistas, de R$ 5,4 bilhões, o impacto foi imediato. No after-market de Nova York os recibos de depósito americano (ADR, sigla em inglês) chegaram a subir 5%, após fecharem recuando 3%. No mesmo horário das ações, saltava 20%.
Segundo analistas ouvidos pela Valor Investe, o resultado foi “bom” e devido as porcentagens estarem suprindo as projeções, é provável que os especialistas reajustem suas estimativas para 2025. Nas últimas quatro sessões o BBDC4 já acumulava queda de 4%.
Entretanto, o CEO do banco, Marcelo Noronha, mantém uma postura cautelosa. Ele reafirmou que a melhora do desempenho será “passo a passo”, “Não se trabalha com a expectativa de surpresas arrebatadoras. A perspectiva é de um crescimento gradual, com expectativa de um resultado superior ao cenário intermediário”, afirmou.
Balanço do 1T25
Além do lucro líquido, outras áreas do balanço também registraram ganhos, como o resultado operacional com alta de 51,5% nos últimos 12 meses, ou R$ 7,5 bilhões, com margem financeira líquida de 30,6%. Enquanto as receitas do banco com serviços subiram 1,3% em um ano, para R$ 9,769 bilhões.
O retorno anualizado sobre patrimônio líquido (ROAE) cresceu 22,4% ante primeiro trimestre de 2024 (1T24), além de uma alta de 2,4 pontos percentuais (p.p.) na comparação anual.
A carteira do Bradesco encerrou o período em R$ 1 trilhão, escalada de 12,9% em comparação a janeiro a março do ano passado. Em contraponto, as despesas operacionais também cresceram 12,3% ano a ano, porém recuaram 8,6% na relação trimestral, chegando a R$ 15 bilhões.
Trimestre do BBDC4
Os analistas do Citi dizem que “Ao contrário dos trimestres anteriores, este é talvez o primeiro trimestre em que a tendência de receita orgânica sugere uma melhora estrutural, sem saltos relevantes em nenhuma das linhas restantes”, aponta Gustavo Schroden e equipe.
Eles estimam desafios pela frente para o banco, devido a pressão das receitas e despesas não decorrentes de juros. “Mas reconhecemos que os esforços do banco estão começando a dar frutos com um perfil de risco mais equilibrado”, afirmaram. “No geral, uma leitura construtiva para a recuperação e credibilidade do Bradesco”, complementam. O Citi mantém classificação neutra/alta risco para os papéis do Bradesco (BBDC4).
Já a XP Investimentos considera os números fortes, observando que o impulso nos lucros foi causado pela margem financeira (NII) de clientes, que durante o período cresceu 15%. Representando um aumento na originação de empréstimos com um mix mais saudável e custos de financiamento mais baixos.
A XP ainda reitera o destaque das receitas de seguro, que também tiveram um bom desempenho elevando 30% ao ano. Tudo isso com a qualidade dos ativos sob controle.