Com os resultados do primeiro trimestre de 2025 (1T25) a rentabilidade do Banco do Brasil (BBAS3), medida pelo retorno sobre o capital (ROE), deverá cair três pontos, saindo de 21,6% para 18,6%, aponta o Bradesco BBI. Fazendo com que o encerramento do período fique abaixo do considerado “número mágico” pelos analistas, de 20%.
O relatório diz que o ínicio do ano do BB será pressionado com o peso da inadimplência rural, enquanto a receita líquida de juros pode ser prejudicada por receitas com floating menores, ou seja, redução na quantidade de ações disponíveis para negociação no mercado, por conta de depósitos sazonais enfraquecidos.
Ferida de R$ 4,5 bilhões no BBAS3
O lucro líquido tem previsão de queda de 9% no 1T25 e 6,2% ante ano passado, ficando em R$ 8,7 bilhões. Esse ano a estatal chegou a perder R$ 4,5 bilhões entre 2 a 10 de abril, devido as tarifas anunciadas por Donald Trump, presidente dos Estados Unidos.
As ações chegaram a serem definidas como “blindadas” pelo Bank of America, em relação ao tarifaço. Já que atuam no ambiente doméstico e em um setor mais seguro, o Banco ganhou preferência.
A XP Investimentos elevou os números projetados para os papéis até o fim do ano. Sérvulo Mendonça, da Holding SM, destaca que por o Banco do Brasil ser pertencente ao governo brasileiro, tende a sair primeiro de ativos mais sensíveis ao risco político, já que investidores estrangeiros possuem mais força no papel.
O Bradesco BBI mantém recomendação de compra para o BBAS3, com preço-alvo de R$ 37, valor elevado pela XP para R$ 41, potêncial valorização de 48,8% ante último fechamento na quinta-feira (10).
“Apesar do provável cenário macroeconômico desafiador em 2025 e da maior inadimplência na carteira de Agronegócio (cerca de 1/3 da carteira de crédito do BB), esperamos que o lucro líquido cresça 4% em relação a 2024”, diz os analistas Bernardo Guttmann e Matheus Guimarães.
Às 16h00 (horário de Brasília), os papéis do BB chegavam a 1,60%, a R$ 27,87. O Banco apresentará o balanço trimestra no dia 13 de maio.
