As ações da companhia aérea Azul (AZUL4) registraram uma sessão de fortes emoções na Bolsa brasileira nesta quinta-feira (29). Mais cedo, os papéis chegaram a cair até os R$ 5,35, ou baixa de 26,21% (e com queda de mais de 20% durante toda a manhã).
A queda aconteceu após notícia da Bloomberg, citando fontes, de que a Azul estaria avaliando opções que vão desde uma oferta de ações a um pedido de proteção contra credores nos Estados Unidos, chamado de “Chapter 11″, enquanto luta para cumprir obrigações de dívida com vencimento iminente.
Vale lembrar que o Chapter 11 é um processo legal dos Estados Unidos usado por empresas endividadas para levantar capital, reestruturar as finanças e fortalecer operações comerciais enquanto continuam em operação.
A companhia arquivou o comunicado de esclarecimento na CVM por volta das 14h, dizendo que a notícia publicada pela Bloomberg foi “mal-interpretada”.
“A companhia está em negociações ativas com seus principais ‘stakeholders’ para otimizar a estrutura de equity acordada no plano de otimização de capital do ano passado. Em linhas gerais, os ‘stakeholders’ estão demonstrando apoio e as negociações estão avançando na direção de melhores resultados para todas as partes”, disse a Azul no comunicado.
Possível recuperação judicial da AZUL4 á caminho?
Atualmente a AZUL4 enfrenta uma grande dificuldade: o recente enfraquecimento do real, que acumula depreciação de 16% frente ao dólar em 2024. Já que a maior parte da dívida e dos custos da Azul e das empresas áreas de modo geral é lastreada em dólar. Por esse motivo, uma depreciação da moeda local resulta em impactos diretos na companhia.
A companhia terminou o segundo trimestre de 2024 com uma dívida de R$ 24,6 bilhões, aumento de 39% na base anual. Já a alavancagem, medida pela relação entre dívida líquida e Ebitda dos últimos 12 meses, chegou a 4,5 vezes.
Vale lembrar que a empresa conseguiu empurrar os vencimentos por meio de uma troca de títulos em junho do ano passado.