As ações da Azul (AZUL4) volta a operar em forte queda nesta segunda-feira (28) após anúncio de aumento de capital, com a oferta pública de ações preferenciais (follow-on) da companhia aérea, que levou a reação negativa de boa parte do mercado.
Às 15h26 (horário de Brasília), os papéis caiam 4,10%, a R$ 1,87, chegando a cair mais de 8% pela manhã. No acumulado do mês de abril, a AZUL4 já registra perda de 47% do seu valor de mercado, chegando a quase toda a sua desvalorização registrada no ano, de 50%.
Com a distribuição de ações preferenciais concluida na quarta-feira (24), serão emitidas 464 milhões de novas ações ao preço unitário, de R$ 3,58, somando um total de R$ 1,7 bilhão. Com isso, o novo capital da empresa passou a ser de R$ 7,13 bilhões.
A Azul ainda informou que inicialmente serão geradas 450 milhões de ações preferenciais, podendo chegar a 700 milhões, movimentando R$ 4,1 bilhões. Apesar do potencial, apenas parte desse volume extra foi aproveitado.
Visão dos analistas do AZUL4
Segundo analistas, com base nas iniciativas tomadas pela Azul para gestão de passivos, como a emissão de 96 milhões de novas ações para arrendadores do contrato de US$ 557 milhões, o crescimento do capital de US$ 12 milhões e a potencial conversão de debêntures, a diluição dos acionistas minoritários pode chegar a 85%.
O sócio e head de análises da Levante Investimentos, Enrico Cozzolino, analisa que era necessário para a companhia um follow-on, tanto para reestruturar as dívidas quanto para obter novos recursos financeiros e melhorar a futura estrutura do capital.
“Isso dá mais tempo para a companhia passar por esse período de turbulência, reestruturar as contas e ganhar novamente voto de confiança dos investidores e credores para um cenário um pouco mais tranquilo”, conclui.
O J.P Morgan também concorda com a porcentagem de diluição dos acionistas minoritários, retirando o preço alvo da AZUL4, anteriormente em R$ 9,50, reiterando recomendação neutra para as ações da companhia.