Os dias andam nervosos no mercado financeiro, principalmente nos mercados de juros e dólar. O anúncio de corte de gastos realizado em setembro pelo governo passou um péssimo recado para os investidores: O de que o déficit zerado em 2024 – que foi defendido pelo Fernando Haddad (Ministro da Fazenda) – não se concretizará e que o Arcabouço Fiscal, se cumprido, ficará no limite da tolerância (que é de um déficit de 0,25%/PIB).
Os agentes do mercado financeiro passaram a duvidar das boas intenções constantemente anunciadas pelo governo. Com isso, notícias boas passaram a ser interpretadas como neutras; notícias neutras passaram a ser interpretadas como ruins; e notícias ruins passaram a ser interpretadas como muito ruins.
O resultado disso? Uma nova disparada do dólar e dos juros. Hoje cotado a R$ 5,85, o dólar encontra-se muito acima do seu “preço-justo” (medido pela metodologia da Paridade do Poder de Compra), que seria algo em torno de R$ 4,60.
Por consequência do excesso de gastos públicos e pela desconfiança dos investidores, o Tesouro Nacional está com dificuldade de vender títulos prefixados e IPCA+.
Os leilões não estão sendo 100% demandados. Isso é grave, pois a dívida pública está cada vez mais indexada a taxa selic , que é uma taxa de curto prazo. A rolagem da dívida brasileira pode estar com problema.
Os títulos do tesouro direto indexados ao IPCA estão sendo negociados a taxas altíssimas. Hoje o tesouro IPCA+2029 está pagando um prêmio de 6.93% a.a. Para garantir essa rentabilidade , o investidor deve permanecer com o Título até o vencimento.