Começamos o último trimestre de 2024 de forma pessimista com relação ao Ifix e Bovespa, que estão em queda. O risco fiscal e a desancoragem nas expectativas inflacionárias continuam no radar e o mercado passou a precificar a taxa Selic em 12,5% para o ano que vem.
Os juros futuros com vencimento em 2029, estão precificando uma taxa de quase 13% para a Selic. Muitos investidores de fundos imobiliários e ações estão no prejuízo, por conta da alta dos juros ocasionado pela falta de confiança do mercado em relação ao Banco Central e as políticas públicas do atual governo.
A bolsa brasileira em dólares, medida pelo índice EWZ, caiu 18% em 2024 até o momento. O IFIX ( índice que mede o desempenho dos fundos imobiliários) está também performando em queda (-2,3%). O Real brasileiro se desvalorizou mais de 17% apenas em 2024.
Quando os juros reais sobem, os fundos imobiliários e ações tendem a cair. E quando os juros reais caem, essas classes de investimento sobem. Isso ocorre porque o retorno de qualquer investimento é definido pelo fluxo de caixa descontado, que são trazidos a valor presente por uma taxa de juros. Quanto maior é a taxa, mais descontado ficará esse fluxo.
Em geral, os fundos imobiliários e ações estão pagando bons dividendos, porém o mercado está punindo nos preços os ativos. Isso vai ocorrer até termos uma melhora no cenário fiscal. Caso exista alguma sinalização de responsabilidade com as contas públicas, o mercado pode retirar o premio sobre os juros e o mercado de ações voltar a se valorizar.
O investidor deve ter paciência e observar o cenário macroeconômico para investir de forma correta e minimizar o risco de perdas. Sempre existem excelentes oportunidades em diversos cenários, seja no Brasil como no exterior e o investidor que souber aproveitar os momentos pode se beneficiar no longo prazo.